Criança hoje em dia só quer saber de videogame e jogos eletrônicos? Talvez, se ela só conhecer videogames e jogos eletrônicos! A verdade é que brincadeiras antigas podem interessar muito às crianças, bastando que haja um incentivo para isso. Vale
a pena resgatar essas brincadeiras, experimentando divertimentos que
fizeram a infância de tantas gerações, aproveitando ainda para
desenvolver habilidades como consciência corporal, lateralidade, atenção
e foco, controle de impulsos e habilidades sociais.
Aqui você encontrará sugestões de brincadeiras simples e divertidas para incorporar ao repertório das crianças.
1. PULAR CORDA
Faixa etária indicada: acima de 05 anos
Participantes: a partir de 03 para a modalidade abaixo, mas pode ser uma atividade solo
Habilidades envolvidas: Consciência corporal; Coordenação motora grossa; Ritmo; Lateralidade; Equilíbrio; Atenção e foco
Duas crianças (“batedores”)
seguram cada uma em uma ponta da corda e começam a batê-la em sentido
horário, enquanto uma terceira criança (ou uma terceira e uma quarta
simultaneamente), posicionada entre as outras duas, salta toda vez que a
corda tocar no chão. O ritmo das batidas pode variar de lento a rápido.
É comum acrescentar à brincadeira uma música que envolva comandos que
devem ser cumpridos pelo “saltador”. Um exemplo clássico:
Um homem bateu em minha porta
E eu abri
Senhoras e senhores: ponham a mão no chão
Senhoras e senhores: pulem de um pé só
Senhoras e senhores: dêem uma rodadinha
E vão pro olho da rua (comando para a criança sair e dar a vez ao colega)
Com crianças pequenas, há algumas variações possíveis:
“Cobrinha” (a partir de 02 participantes):
segurando a corda por uma das pontas, um dos integrantes começa a
girá-la rente ao chão, devendo a outra criança saltá-la. Essa atividade é
semelhante à brincadeira do “jacaré”, ensinada pelo professor Robson
Furlan neste vídeo.
“Cobrinha (II)” (a partir de 03 participantes):
havendo dois batedores, cada um segura a corda por uma das pontas e,
mantendo-a rente ao chão, começam a movimentá-la para a esquerda e para a
direita, simulando o movimento de uma cobra. A terceira criança deve
saltar a “cobra” sem encostar nela.
2. ESTÁTUA
Faixa etária indicada: acima de 04 anos
Participantes: a partir de 03
Habilidades envolvidas: Consciência corporal; Equilíbrio; Atenção e foco; Controle de impulsos
Um dos participantes – o “mestre” –
toca uma música enquanto os outros dançam. O “mestre” interrompe a
música de repente, e as demais crianças devem manter a última posição em
que estavam. Vence quem conseguir manter a posição por mais tempo. Pode-se
definir se dar risada conta como “mexida” ou não, pois, quando o
“mestre” começar a andar por entre as crianças, fazendo caretas e
tentando desconcentrá-las, vai ser difícil não cair na risada.
3. BOLA DE GUDE
Faixa etária indicada: acima de 04 anos
Participantes: a partir de 02
Habilidades envolvidas: Coordenação
motora fina; Orientação espacial; Atenção e foco; Controle de impulsos;
Raciocínio lógico; Habilidades sociais
Há muitas possibilidades de
brincar com bolas de gude (inclusive as que seu filho mesmo pode
inventar). Uma das mais simples é fazer um triângulo no chão, dispondo
cerca de dez bolinhas no centro. De fora do triângulo, e com o dedo
indicador rente ao chão, cada jogador lança sua “bola atiradora” (uma
bola que se diferencie das outras pela cor ou pelo tamanho) contra as
demais bolinhas, tentando “capturá-las”, ou seja, expulsá-las do
triângulo. Os jogadores se revezam, vencendo quem capturar mais bolas.
Outra possibilidade é simular uma
sinuca de bolas de gude, usando para isso uma mesa com copos plásticos
presos junto às quinas, um palitinho para bater nas bolas e uma bola
maior, ou de cor diferente, para ser a “bola branca”. Pode-se brincar
também no chão, desenhando-se um retângulo e posicionando latinhas nos
ângulos para coletar as bolas (se for possível brincar em chão de terra,
faça buracos em vez de usar latinhas). Vence quem colocar mais bolas
dentro dos vasilhames ou dos buracos.
4. ESCRAVOS DE JÓ
Faixa etária indicada: acima de 04 anos
Participantes: a partir de 04
Habilidades envolvidas: Ritmo; Lateralidade; Atenção e foco; Controle de impulsos; Memória auditiva de curto prazo
Assentadas no chão, formando uma
roda, as crianças devem passar o objeto que têm em mãos para o vizinho à
direita e receber, com a esquerda, o objeto da criança à esquerda.
Aparentemente muito simples, essa brincadeira é na verdade bastante desafiadora: basta
ver que muitas vezes os participantes se perdem nos comandos, ou não
seguem o ritmo da música, “embolando” a sincronização. Por isso, talvez
seja necessário treinar isoladamente os movimentos antes de cantar a
música.
Supondo que o objeto selecionado
para a brincadeira seja um copo plástico, vale a pena treinar com a
criança, previamente, os seguintes movimentos:
- Erguer e abaixar o copo até o chão, cantando uma musiquinha para ajudar a manter o ritmo do movimento, ex:“sobe o copo, desce o copo, sobe o copo, desce o copo”;
- Pegar o copo oferecido pela criança à esquerda e passá-lo para a criança à direita (“pega e passa, pega e passa”).
É bom que esse movimento não ocorra no ar, mas no chão, mantendo-se o
copo à frente da criança, pois é mais difícil manter o ritmo quando o
movimento é executado no ar;
- Treinar o movimento de zigue-zague, ou seja: sem soltar o copo, leva-lo à direita, à esquerda e à direita novamente, cantando o“zigue-zigue-zá”.
Quando os movimentos já estiverem treinados, comece a cantar a música, combinando o ritmo da melodia à execução dos movimentos:
Escravos de Jó jogavam caxangá (cada
criança passa o objeto para a criança à sua direita. Lembre-se:
realizando o movimento no chão, o objeto à frente do corpo, fica mais
fácil manter o ritmo)
Tira, (erguer o objeto)
põe, (pôr o objeto no chão)
deixa ficar (as crianças dão as mãos)
Guerreiros com guerreiros (voltar a passar o objeto para a criança à direita)
fazem zigue, (colocar o objeto à frente do corpo à direita, sem soltar)
zigue, (colocar o objeto à frente do corpo à esquerda, sem soltar)
zá (colocar o objeto à frente do corpo à direita)
[Repetir: “Guerreiros com guerreiros”…]
Com crianças mais novas, de 4 ou 5
anos, pode-se propor uma variante mais simples, que consiste em passar o
objeto para a direita durante a música, seguindo o ritmo, e, ao cantar
“zigue-zigue-zá”, manter o objeto parado no chão, com a mão direita
sobre ele.
5. CABANINHA
Faixa etária indicada: acima de 02 anos
Participantes: a partir de 02
Habilidades envolvidas: Habilidades sociais; Imaginação e criatividade
Poucas brincadeiras conseguem ser
mais simples e estimular tanto a imaginação quanto essa. Com lençóis e o
apoio de uma mesa e cadeiras, monte uma cabaninha. Dentro dela, as
crianças podem colocar colchonetes, almofadas, ou até fazer divisórias,
dependendo do espaço disponível. É uma boa idéia reunir-se à noite na
cabaninha com lanternas para contar histórias, simular um acampamento
etc.
6. DANÇA DAS CAVEIRAS/TUMBALACATUMBA
Faixa etária indicada: acima de 04 anos
Participantes: a partir de 02
Habilidades envolvidas: Consciência corporal; Coordenação motora; Atenção e foco; Ritmo; Memória auditiva de curto prazo
Canta-se a música e as crianças
devem fazer mímica das ações das caveiras (a melodia pode ser facilmente
encontrada na internet):
Quando o relógio bate a uma
Todas as caveiras saem da tumba
Tumba alá catumba
Tumba alá catá.
Quando o relógio bate as duas
Todas as caveiras saem pras ruas
Tumba alá catumba
Tumba tá alá catá.
- Três – jogam xadrez
- Quatro – tiram o sapato
- Cinco – apertam o cinto
- Seis – imitam chinês
- Sete – mascam chiclete
- Oito – comem biscoito
- Nove – dançam o rock
- Dez – lavam os pés
- Onze – andam de bonde
- Doze – fazem pose
- Uma – voltam para as tumbas
7. ESCONDE-ESCONDE
Faixa etária indicada: acima de 06 anos
Participantes: a partir de 03
Habilidades envolvidas: Orientação espacial; Controle de impulsos; Habilidades sociais
Uma das crianças fará o papel de
perseguidor, tapando os olhos e contando até cem enquanto os outros se
escondem. Após terminar de contar, o perseguidor vai atrás dos demais.
Quem for encontrado e tocado pelo perseguidor fica fora do jogo.
Há variações dessa brincadeira, como o pique-esconde: o
perseguidor não precisa tocar no jogador, mas apenas gritar seu nome,
depois de avistá-lo, e sair correndo para o “pique” – neste caso, o
jogador flagrado também correrá em direção ao pique, saindo a salvo se
chegar lá antes do perseguidor.
8. CASINHA
Faixa etária indicada: acima de 02 anos
Participantes: a partir de 02
Habilidades envolvidas: Controle de impulsos; Raciocínio lógico; Habilidades sociais
Como a “Cabaninha”, essa brincadeira é muito simples e ajuda a desenvolver habilidades sociais. Você
pode ceder utensílios para serem utilizados na “casinha”, ou seus
filhos podem produzi-los usando sucata. A simulação da vida real é uma
ótima maneira de despertar na criança a noção de responsabilidade.
9. BAMBOLÊ
Faixa etária indicada: acima de 03 anos
Habilidades envolvidas: Consciência corporal; Coordenação motora grossa; Equilíbrio; Orientação espacial; Lateralidade; Ritmo
Com um pouco de treino, as
crianças (especialmente as meninas) conseguem manter o bambolê girando
em volta da cintura. Pode-se tocar uma música durante a brincadeira. Se
houver mais de uma criança, vence quem mantiver o bambolê no ar por mais
tempo, devendo a outra pagar prenda.
10. CANTIGAS ACUMULATIVAS
Faixa etária indicada: acima de 03 anos
Habilidades envolvidas: Atenção e foco; Controle de impulsos; Ritmo; Memória auditiva de curto prazo
Aprender essas canções, além
de ser um ótimo passatempo, desenvolve a memória auditiva de curto
prazo, a atenção e a consciência fonológica de seu filho. Dentre
as canções cumulativas mais conhecidas, podemos citar “A velha a fiar”,
“A árvore da montanha”, “Fui visitar minha tia em Marrocos”, “Lá em
casa” e “Meu galo”.
Fonte: http://comoeducarseusfilhos.com.br